Imagine uma fazenda vertical. Uma estrutura com paredes de vidro, tão alta quanto um arranha-céu, plantada na periferia (ou mesmo no centro) de uma grande cidade. Frutas, verduras e legumes seriam plantados não no solo, mas na água, num tipo de cultura hidropônica. E não em água fresca, mas por meio do reúso da água. Energia para plantar e colher? Tudo autogerado, com a queima dos restos de vegetais. A má notícia é que essa obra de engenharia ambiental ainda não existe. Nem mesmo em protótipo. A boa é que um empreendedor visionário está vendendo a ideia ao mundo – e muita gente o está levando a sério.
Aos que questionam o projeto, Despommier oferece mais de uma resposta. A primeira é uma releitura verde da teoria populacional malthusiana. É preciso inovar na produção de alimentos porque, até 2050, o planeta terá de alimentar mais 3 bilhões de pessoas, e as fazendas tradicionais não darão conta. A segunda é econômica. Espera-se que as fazendas verticais gerem dinheiro e empregos. Mas como seria o escoamento da produção em cidades congestionadas? A ideia é que não haja grandes deslocamentos. O alimento cultivado seria vendido fresco, na vizinhança de cada fazenda.
Matéria retirada do site Época Negócios