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A FAZENDA DO FUTURO

Estruturas verticais contruidas em espaços urbanos para abrigar plantações hidropônicas

Ilustração Tato Araújo

Imagine uma fazenda vertical. Uma estrutura com paredes de vidro, tão alta quanto um arranha-céu, plantada na periferia (ou mesmo no centro) de uma grande cidade. Frutas, verduras e legumes seriam plantados não no solo, mas na água, num tipo de cultura hidropônica. E não em água fresca, mas por meio do reúso da água. Energia para plantar e colher? Tudo autogerado, com a queima dos restos de vegetais. A má notícia é que essa obra de engenharia ambiental ainda não existe. Nem mesmo em protótipo. A boa é que um empreendedor visionário está vendendo a ideia ao mundo – e muita gente o está levando a sério.

 Reprodução
O homem por trás dessa ideia chama-se Dickson Despommier. Cientista ambiental da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, Despommier teve o endosso ao seu projeto dado por Steven Chu, vencedor do prêmio Nobel de Física que hoje chefia o departamento de energia do governo Obama. Várias cidades e até um país já manifestaram interesse nas fazendas verticais. Um deles é Masdar, município-conceito movido a energia solar que está sendo construído no emirado árabe de Abu Dabi. Mas Nova York também está na lista, assim como Xangai e o reino da Jordânia. Despommier negocia ainda com a rede Hyatt a construção de uma fazenda vertical dentro de um hotel em Amã.

Aos que questionam o projeto, Despommier oferece mais de uma resposta. A primeira é uma releitura verde da teoria populacional malthusiana. É preciso inovar na produção de alimentos porque, até 2050, o planeta terá de alimentar mais 3 bilhões de pessoas, e as fazendas tradicionais não darão conta. A segunda é econômica. Espera-se que as fazendas verticais gerem dinheiro e empregos. Mas como seria o escoamento da produção em cidades congestionadas? A ideia é que não haja grandes deslocamentos. O alimento cultivado seria vendido fresco, na vizinhança de cada fazenda.

Matéria retirada do site Época Negócios